sábado, 17 de setembro de 2016

Não está morto quem peleja: Soviet arranca empate fora de casa contra o líder Onze Amigos

Não está morto quem peleja: Soviet arranca empate fora de casa contra o líder Onze Amigos
A primeira fase do Barbosão 2015 foi marcada por um início arrasador do Soviet, que venceu seus quatro primeiros jogos e rapidamente garantiu sua vaga nas semi-finais, vindo a se sagrar campeão posteriormente. Na edição de 2016 do torneio, a história tem sido completamente diferente. O escrete soviético teve resultados negativos em seus primeiros compromissos e agora vem correndo atrás do prejuízo com uma campanha de recuperação. Por outro lado, o papel de bicho-papão da primeira fase ficou a cargo do Onze Amigos, que lidera com folga a tabela de classificação. E foram justamente essas duas equipes que se enfrentaram na Vila Militar de Deodoro, nesse sábado. 

Para surpresa de muitos, o Soviet começou melhor a partida, marcando por pressão e tocando bem a bola, mas desperdiçando oportunidades importantes para abrir o marcador com Gérson e Barba. Aproveitando sua principal válvula de escape no primeiro tempo, o Onze Amigos conseguiu encaixar um bom contra-ataque pela ponta direita – passando pelo ninho do zeloso quero-quero que distribuía voos rasantes àqueles que por ali se aventuravam – e saiu na frente com um chute de primeira da entrada da área, muito bem colocado no canto do goleiro Neneca.

Esse gol, no entanto, não alterou a dinâmica do jogo, com mais volume do Soviet. E, se o Onze Amigos atacava por onde estava o quero-quero, o meia soviético Conrado não tardou a achar o empate com um pombo-sem-asa disparado da intermediária, que ainda tocou o travessão antes de morrer nas redes. Pouco depois, entretanto, o time da casa conseguiu retomar a liderança do placar, finalizando outro contra-ataque pela direita com um forte chute cruzado. Banho de água fria para o Soviet, que estaria virtualmente eliminado do torneio com uma derrota. Antes do final da primeira etapa, entretanto, a equipe visitante mostrou que não entregaria os pontos com facilidade, chegando na cara do gol com uma boa trama coletiva, que terminou nas mãos do goleiro após fraca finalização do centroavante Barba.



Durante o intervalo, o técnico Nelsinho reorganizou a quipe soviética, um pouco abatida pela derrota parcial em um jogo no qual atuava melhor. Destaque, ainda, para a chegada do zagueirão Higson, que passara o primeiro tempo fazendo um passeio de carro pela aprazível região de Deodoro.

Já nos momentos iniciais do segundo tempo, ficou evidente que o jogo mais técnico e franco da primeira etapa fora substituído por um confronto mais truncado, recheado de divididas e faltas na região do meio-campo. Nesse ritmo, o Onze Amigos se impunha mais e dois lances pareceram decretar o rumo do jogo. Numa tentativa de parar uma troca de passes, o volante Cirilo recebeu o segundo amarelo em falta e foi mais cedo para a ducha ao lado do campo; depois, o décimo-segundo amigo (que já tinha ignorado dois escanteios pro Soviet) assinalou pênalti em desarme limpo do zagueiro Fortuna.

Com a conversão da cobrança, o Onze Amigos abriu 3x1 no marcador e, com um homem a mais, passou a encontrar mais facilidade para girar a bola entre seus jogadores. Ao Soviet, então, restava uma única possibilidade: sair com tudo para o ataque, buscando o empate que o manteria vivo no campeonato, ainda que isso significasse correr o risco de sofrer uma goleada histórica. Não fosse pelo esforço do goleiro Neneca e dos zagueiros que se revezavam (Tito, Higson e Fortuna), e pela falta de pontaria dos atacantes do Onze Amigos, seria esse o desfecho da partida. Entretanto, os deuses do futebol tinham preparado um enredo um pouco mais inesperado.
Mesmo exposto aos contra-ataques, o Soviet criava oportunidades na frente, tendo parado duas vezes em boas defesas do goleiro adversário, até que, já passados os 30 minutos, Barba chutou cruzado da esquerda e marcou o segundo gol da equipe, já sobre o arqueiro reserva. A partir daí, o abafa soviético aumentou ainda mais com escanteios, chuveirinhos em faltas, lançamentos longos e todo o arsenal à disposição das equipes que buscam desesperadamente um resultado. À essa altura, os laterais já eram volantes, os volantes eram pontas, os meias eram atacantes e os atacantes atacavam ainda mais. Pouquíssima organização e muita disposição.

Em meio a esse caos, duas novas intervenções do juiz – não se sabe se por remorso, ou extrema confiança no time da casa – mantiveram acesas as esperanças soviéticas. Primeiro, anulou por impedimento um gol do Onze Amigos marcado em rebote de cobrança de falta. Na sequência, anunciou em alto e bom som que o acréscimo seria de cinco minutos. E foi justamente nos descontos que o meia Fernando teve a sua segunda oportunidade em cobrança de falta próxima à área. Dessa vez, ao invés de chutar direto como na primeira tentativa, buscou um cruzamento fechado na segunda trave. Quando a bola parecia sair pela linha de fundo levando consigo as esperanças de reação, o lateral Alipe apareceu como um raio por trás da defesa e a cabeceou de volta para a boca do gol, onde Jonas só escorou, também de cabeça, para decretar o heroico empate.

Após o gol, bastou ao Soviet se segurar mais alguns minutos na defesa para poder celebrar o resultado arrancado na raça. Não foi a vitória que colocaria o time no g-4, mas foi um empate que manteve vivo o time e levantou a moral do atual campeão do Barbosão. Nos próximos dois decisivos confrontos que fecharão a primeira fase, subestimar a força dessa equipe não será bom negócio para nenhum de seus adversários.


Por Marco Pestana

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