quarta-feira, 25 de março de 2015

O primeiro jogo contra a gente nunca esquece.

Cheguei cedo pro horário e aquele nervosismo já se avizinhava.

Tinha anos que não jogava um jogo contra. Digo jogo contra a vera, daqueles que tem expectativa, casa cheia, etc.

Desde os tempos do intercolegial não tinha tal oportunidade.

Não meus caros, não falo de rachão não. Falo da coisa pensada, com os amigos, posições marcadas, etc.

O bom e velho esporte bretão levado a sério.

Viajei para os meus 13 anos quando montamos um time imbatível ali na Alvaro Ramos. Pelo menos a gente pensava que era até os primeiros confrontos e as primeiras derrotas ali no forte da Urca.

Mais velho um pouco participei de outros jogos contra na Mangueira, no Forte do Leme e até mesmo num campo pros lados de Marechal Hermes.

Depois troquei o futebol pelo basquete, estive pelo fluminense mas sempre querendo jogar bola.

Voltei a cancha ali no Andaraí. Era cedo ainda.

Cheguei na ASBAC e por lá já estavam preguiçosamente colocando as chuteiras Fernando e Francisco.

Sentei por ali um pouco e depois fui olhar o campo onde uns pequenos disputavam uma partida engraçada. Daquelas que a molecada corre toda em direção ao campo e os espaço ficavam vazios.

Toda vez que vejo essa cena lembro de uma história do R10.

Uma vez um treinador vendo-o jogar, ainda com 7 ou 8 anos, notou que ele era o único garoto que não corria em direção da bola. Ficava ali, guardando posição e buscando o espaço vazio.

Craque é assim. Já nasce sabendo.

Voltei pra juntos dos parceiros e a maioria já tinha chegado.

Inclusive alguns do Pelada de Esquerda, time adversário.

Nós os Boêmios da Vila, estávamos ansiosos pelo confronto.

Eu já tinha enfrentado o pelada num “jogo” em um “campo” na UFRJ. Pelo Havana.

As aspas são porque o campo não era campo e o time foi formado 5 minutos antes da partida. Por isso, particularmente, como emoção não vale. Não guardo na memória.

Não pelo vareio que tomamos, com gols bonitos, sem querer, de ombro e bizarros.

Mas pelo time não ser um grupo e sim um bando correndo de um lado pro outro. Como na pelada dos menores que descrevi acima.

Vi certa vez até um Flamengo profissional assim, treinado por Whashington Rodrigues, puxado...

Não tínhamos camisa e o manto preto improvisado seria a solução. Expectativa e soube que iria começar jogando.

Pena que não era de onze, mas deu pro gasto.

O que vimos foi um jogo bom, equipes disputando, partida na bola, enfim, como disse lá em cima: o bom e velho esporte bretão levado a sério.

E agradeço aos “adversários” Bruno G; Nadkarni; Fausto; Raphael Martins; Pedrinho; Thiago França; Sandro; Estanislau; Cadu; Gabriel; Filipe "Índio" e aos companheiros de equipe, Manga, Paulo, Claudio, Donato, Carlão, Fabio, Jonas, Fernando, Francisco...

Sim, teve quem ganhou e teve quem perdeu.

Sem parecer romântico em épocas tão duras, no fundo não importou.

O que importa mesmo é que Barbosa ficaria orgulhoso do que viu e do que verá nos próximos meses.

Paz pra todos.


Marton Olympio

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